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31ago

A linha tênue entre deixar de ser leitor e tornar-se um personagem. É assim que defino Até o Dia em que o Cão Morreu, de Daniel Galera em apenas uma frase.

Daniel Galera

Um livro sobre indiferença.

No primeiro romance de Galera, Até o Dia em que o Cão Morreu (2003) conta a história de um homem de 25 anos e que, depois de formar-se em Letras e viajar, decide morar sozinho, vivendo uma vida isolada num apartamento sem móveis e sem ambições.

Vivendo de subempregos e, por que não, de pura sobrevivência, o protagonista sem nome prefere se isolar emocionalmente de todos ao seu redor. Ele mal fala com o porteiro, vê os pais uma vez por semana, e olhe lá.

“Me dava agonia ver alguém se preparando constantemente
pra começar a viver. Eu não conseguia fazer isso.
Parecia bem mais adequado permanecer exatamente onde eu estava,
aceitando que minha vida era aquilo mesmo.” (p. 24)

Personagem sem grandes expectativas, sem grandes movimentações. Assim, apático. “Nada tenho, mas tudo bem”, o famoso “tanto faz, como tanto fez”, cheguei a pensar nos rumos em que a história poderia tomar se seguisse um “padrão clichê”, mas passou bem longe disso.

Resenha: Solitário, sem dinheiro e entendiado em Porto Alegre, um homem ancorado numa adolescência tardia vive um impasse: quando um cachorro e uma modelo chamada Marcela entram em sua vida, ele precisa optar entre um cotidiano sem riscos emocionais e a instabilidade das paixões que se anunciam. (COMPANHIA DAS LETRAS)

Ele encontra um cachorro pela rua (ou será que é o cachorro que o encontra?) e demonstra sua apatia: se o cão quiser ir com ele, que vá, se não, tudo bem também. O cão o acompanha até o prédio e seu apartamento. O cachorro não é dele, é da vida, é livre, se quiser ir embora, ele vai. Então, percebemos que essa atitude que ele tem com o cachorro é quase que metafórica, é uma atitude que ele tem com quase todas as coisas de sua própria vida. As coisas acontecem – ou não – e ele não faz questão de se apegar, não cria vínculos.

O cão não tem nome e assim fica – porque ele não vê necessidade em nomear o cão – até o dia em que Marcela o questiona sobre tal fato e faz o homem dar de vez um nome para o vira-lata: Churras! Marcela é uma modelo que ele conheceu em uma festa e é totalmente seu oposto: cheia de sonhos, cheia de planos e cheia de vida. Os dois têm uma sintonia sexual muito boa, mas vivem uma relação sem regras e sem compromisso – como era de se esperar com toda a apatia do personagem principal.

Até o dia em que o cão morreu

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28ago

gosto da noite
de encará-la
sentir e cheirar o escuro
é como se eu tentasse me encontrar
não saber onde é o começo
e onde é o fim
pela janela nada vejo
nem irei
ou poderei
vovó bem dizia
“se quiser ver uma coisa, terá que ver tudo”
nunca me esqueci
passa o tempo e ainda lembro
só não descobri de quem é esse
par de olhos amarelos
que insiste em me engolir
todas as noites
antes de dormir

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19ago

Minha coleção Crime Scene está completa! Estava ansiosa para para ler Social Killers.com, o livro mal chegou e já foi devorado.

Social Killers

Em 272 páginas, o livro narra 33 casos reais de de criminosos que usaram as redes sociais para se aproximar de suas vítimas, cada caso com uma média de 3/4 páginas, o que deixa a leitura bem rápida e fluída.

Falei sobre o livro Social Killers da Darkside Books em vídeo. Para saber mais sobre a edição, alguns casos e até um acontecimento pessoal é só dar play:

Embora o livro Social Killers tenha um enfoque nos aspectos negativos das redes sociais, os autores nos trazem no final do livro dois capítulos extras sobre como as autoridades usam as mídias sociais para caçar criminosos – “o feitiço contra o feiticeiro – e sobre segurança na internet.

Título: Social Killers (Social Killers.com)
Autor: RJ Parker e JJ Slate
Editora: Darkside Books
Tradução: Lucas Magdiel
Número de páginas: 272
Gênero: Não-ficcão
*Livro cedido em parceria com a Editora Darkside Books.

COMPRAR SOCIAL KILLERS
Submarino | Americanas | Livraria Cultura

darksidebooks.com | facebook.com/darksidebooks | vc@darksidebooks.com

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