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11ago

Uma adaptação em HQ da obra-prima de Bioy Casares

HQ A Invenção de Morel

Estava bastante curiosa para conhecer a Série Quadrinhos da L&PM (que tem clássicos, como: Viagem Ao Centro da Terra, Dom Quixote, Odisseia, Um Conto de Natal, entre outros) e recebi em parceria A Invenção de Morel, um romance de Adolfo Bioy Casares adaptado para os quadrinhos por Jean-Pierre Mourey.

Publicado em 1940, A Invenção de Morel é considerado ao mesmo tempo o clássico inaugural e a grande obra-prima da literatura fantástica em língua espanhola. Cultuado por sua premissa admiravelmente original, a história do fugitivo da Justiça refugiado em uma ilha deserta que de repente se vê cercado por um misterioso grupo de veranistas já deu origem a diversas adaptações e recriações artísticas.

Nesta versão em HQ, o quadrinista francês JP. Mourey desmembra esse delicado mecanismo literário para criar um dispositivo narrativo inteiramente novo, em que todos os detalhes.

“Hoje, nesta ilha, aconteceu um milagre…”

Primeira parte A Invenção de Morel

Na história, temos um fugitivo da justiça que foge sozinho para uma ilha deserta (Ilha Villings). Além de algumas construções abandonadas e de um maquinário de complexo funcionamento, não há nenhum sinal de ocupação humana.

Mas é chegado o dia em que o fugitivo e narrador – que não tem nome – descobre que não está sozinho. Um misterioso grupo de veranistas aparece e se espalha pela ilha, o que lhe deixa bastante aflito por causa de seu “anonimato”.

HQ

Ele então não vê outra alternativa a não ser investigar aquelas pessoas. O narrador-fugitivo monitora o cotidiano dos “intrusos” seguindo-os, ouvindo suas conversas e, assim, começa a desconfiar de uma espécie de ritual ao encontrar padrões recorrentes nas ações deles.

Pronto, temos um grande mistério e quadro a quadro as chaves para a resolução são fornecidas, assim como funciona para o narrador.

SPOILER O fugitivo percebe que os padrões, na verdade, são reencenações de determinados momentos vividos por aquelas pessoas semana após semana. Ao se desprender de sua noção do que é possível e impossível ou real e irreal, o personagem é capaz de decifrar o enigma em sua totalidade. Ele se apaixona por Faustine e assim “conhece” Morel, inventor de uma máquina de imagens que reproduz realidades passadas, o grande responsável pelos hologramas da ilha. FIM DO SPOILER

“Discuti com o autor os pormenores da trama, e a li repetidas vezes; não me parece uma
imprecisão ou uma hipérbole qualificá-la como perfeita.” Jorge Luis Borges

Detalhes

Verso

A edição é dividida em duas partes iguais em suas 128 páginas, além de: prefácio escrito por Michel Lafon; notas finais com comentários do editor do manuscrito original; e posfácio sobre algumas chaves de leitura desta adaptação.

Obviamente, a leitura da HQ não substitui a leitura da obra original, mas considero um bom início e despertar de interesse para grandes nomes da literatura.

Sobre o autor

JEAN-PIERRE MOUREY nasceu em 1970, na comunidade francesa Luxeuil-le-Bains. Quadrinista e ilustrador, estudou artes plásticas e história da arte na Universidade de Estrasburgo e se espacializou em histórias em quadrinhos na Escola Superior de Imagem de Angoulême.

Título: A Invenção de Morel
Título original: L’ Invention de Morel
Autor: Bioy Casares
Adaptação para os quadrinhos: Jean Pierre Mourey
Editora: L&PM Editores
Tradução: Alexandre Boide
Número de páginas: 128
Gênero: Literatura moderna internacional; Quadrinhos
*Livro cedido em parceria com L&PM Editores.

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04ago

Romance policial com viés existencial: eu tinha certeza que ia gostar.

Galveston

Eu disse que não compraria mais livros, mas não resisti ao “livro do criador de True Detective, aquela série maravilhosa, impecável, que te faz pensar sobre a vida até quando acha que não está mais pensando…” É, comprei Galveston e comecei a ler no mesmo dia.

Olhando a bagagem de Nic Pizzolatto, eu sabia o que esperar de Galveston ao me deparar com a premissa: um matador de aluguel com câncer terminal no pulmão. Sacou?

“E agora eu estava morrendo e tudo o que já tinha acontecido comigo
começava a me parecer vagamente importante.” (p. 40)

No mesmo dia em que é diagnosticado com câncer no pulmão, o matador de aluguel Roy Cady pressente que o chefe, um agiota e dono de bar que é o mandachuva em Nova Orleans, quer vê-lo morto. Conhecido entre os membros da gangue pelo nada afetuoso apelido de Big Country, por causa do cabelo comprido e das botas de caubói, Roy desconfia de que o serviço de rotina para o qual foi enviado possa ser uma emboscada. E de fato é. Mas consegue inverter os papéis e, após um banho de sangue, escapa ileso.

Além de Roy, só há mais uma pessoa viva no local, uma mulher, e num ato impensado ele aponta uma arma para a cabeça dela e a leva consigo na fuga em direção à cidade de Galveston – uma decisão imprudente e sem volta. A mulher, uma prostituta de 18 anos chamada Rocky, é jovem demais, durona demais, sexy demais – e certamente trará para Roy problemas demais. (INTRÍNSECA)

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