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13mar

“Escolha a vida. Escolha o Facebook, o Twitter, o Instagram e esperar que alguém se importe.
Escolha olhar para os velhos tempos, querendo ter feito tudo diferente.
E escolha ver a história se repetir.”

E então eu assisti T2 Trainspotting, a sequência de Trainspotting, e me apaixonei novamente por esses caras meio-intragáveis-para-muitos que trouxeram de volta toda a essência do primeiro filme.

Vinte anos se passaram desde que Rents (Ewan McGregor) passou a perna nos amigos (menos no Spud!), levando os 12 mil libras pra bem longe e – enfim – “escolhendo a sua vida”, choose life.

Resenha do livro Trainspotting no YouTube

Nesses 20 anos muitas coisas aconteceram: Spud (Ewen Bremner) perdidaço nas drogas a procura de um “pico definitivo”, Sick Boy (Jonny Lee Miller) – agora é mais conhecido como Simon – trocou a heroína por cocaína, administra um pub e chantageia empresários ameaçando vazar sex tapes, isto em parceria com sua então namorada Veronika (Anjela Nedyalkova). E Begbie (Robert Carlyle) – o psycho do rolê – ficou todo esse tempo na cadeia com ódio de tudo e todos com aquele jeitinho de falar cheio de palavrões e preconceitos. Planeja uma fuga do presídio e você pode imaginar que coisa boa não vai sair daí.

Renton estava morando em Amsterdã bem tranks com trabalho, aparentemente ajustado ao modelo social que criticou no monólogo inicial do primeiro filme, mas uma crise pessoal traz o personagem de volta a Edinburgh. Essa volta a sua cidade natal deve-se à necessidade que ele sente de enfrentar os demônios de seu passado, melhor dizendo, os três caras que ele roubou.

E esse reaparecimento de “Rent Boy” desperta sentimentos diversos nos antigos ex (?) amigos e os aproxima de uma maneira estranha e, ao mesmo tempo, natural. O reencontro obviamente incomoda, é a partir dele que os personagens se dão conta que o tempo passou, de que não são mais aqueles garotos e trazem novas cargas emocionais, outros desajustes e medos, agora, de homens de 40 e poucos anos de idade.

“Escolha a vida. Escolha o Facebook, o Twitter, o Instagram e espere que alguém em algum lugar se importe. Escolha olhar para os velhos tempos, querendo ter feito tudo diferente e escolha ver a história se repetir. Escolha seu futuro. Escolha programas de reality TV, humilhar mulheres, usar pornô como vingança, escolha um contrato de trabalho sem mínimo de horas, uma ida de duas horas para chegar ao trabalho. E escolha o mesmo para seus filhos, só que pior, e alivie a dor com uma dose desconhecida de uma droga desconhecida feita na cozinha de alguém e então… Respire fundo. Você é um viciado, por isso se vicie. Vicie-se em outra coisa. Escolha o que você ama. Escolha seu futuro. Escolha a vida”.

A reunião do quarteto é um confronto da bagunça que eles fizeram com as próprias vidas.

John Hodge adaptou levemente o roteiro do romance Porno, de Irvine Welsh, as linhas em comum são poucas e o filme caminha num ritmo diferente do livro. Nele, a história acontece 10 anos depois de Trainspotting e a trama se desenvolve a partir da indústria pornográfica (papel oficial de Simon), daí a explicação do nome Porno. (*em breve, resenha do segundo livro no canal)

Por outro lado, Danny Boyle joga na nossa cara um balde de nostalgia. O diretor se mantém muito fiel ao espírito do filme original e também reconhece o quanto mudou e evoluiu durante esse anos. Ele revive seus “tiques” e estilo de filmagem de uma maneira muito mais aprimorada.

Revivemos algumas cenas icônicas de Trainspotting em T2. Choose life!

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