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21maio

Coluna de autores convidados, texto por Kaio Shimansky

não me sobra nada além de pensar e pensar arranca pedaços da minha alma.
acendo um cigarro e, entre os meus demônios dançando na fumaça,
lembro-me dos inúmeros acidentes que já mataram a minha calma,
penso em perdas, dores, sofrimentos e esperanças malogradas.

dou mais um trago e revivo todas essas coisas inesperadas,
pessoas queridas, amores esquecidos, amigos e seus malditos casamentos,
orgulhos feridos, parentes aborrecidos, meus pais e seus tormentos.
tudo pesa, cansa e resulta em maiores tragédias perpetradas.

vivemos sós e nos arrastamos por uma vida de sofrimento.
o meu maço de cigarros faz questão de mostrá-la: a triste morte.
seja ele o carrasco, ou algum dos outros, é questão de sorte.
pelo menos este eu consigo ver queimar, e gosto do sentimento.

então lembrem-se, meus irmãos de pequenas almas acuadas:
de todos os possíveis exemplos, o que te executa é a vida.
e ela ainda não me matou,
até o momento.

Kaio Shimansky

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