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Réquiem para um Sonho, de Hubert Selby Jr.
Réquiem para um Sonho, de Hubert Selby Jr.

Categoria: Desgraçamento Mental ||| por Adriana Cecchi

Eu Sou a Lenda, de Richard Matheson
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Categoria: Livros ||| por Adriana Cecchi

Sombras do Passado (2022) | Andrew Semans
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Categoria: Filmes ||| por Adriana Cecchi

A Pediatra, de Andrea del Fuego
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Categoria: Livros ||| por Adriana Cecchi

Noites Brutais (2022) | Zach Cregger
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Categoria: Filmes ||| por Adriana Cecchi

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24set

Réquiem para um Sonho, escrito por Hubert Selby Jr., sem dúvida, é uma das leituras mais intensas e desgraçadas que já fiz. Publicado originalmente em 1978, a edição relançada no Brasil é da Darkside Books e conta com tradução de Diego Gerlach. 

Sem moralismo nem romantização, a realidade crua e a possibilidade cruel. A narrativa desenfreada intensifica o desespero e simula um pico sem volta numa espiral de desesperança. Ciclo

s se apertam, sonhos morrem e tudo rui. O tipo de obra que te faz questionar suas próprias fragilidades e que me deixou mal por um bom tempo depois de ler.

O pesadelo da esperança

A trama segue quatro personagens principais: Sara Goldfarb, seu filho Harry Goldfarb, a namorada de Harry, Marion, e o seu melhor amigo Tyrone. Cada um deles busca algo que dê sentido às suas vidas — Sara sonha em participar de um programa de auditório, enquanto Harry, Marion e Tyrone veem na venda de heroína uma chance de melhorar de vida e alcançar seus sonhos. No entanto, todos acabam presos em um ciclo de destruição, cada vez mais consumidos por seus vícios e ilusões.

O que é mais forte nisso tudo é o contraste entre a esperança que carregam e a realidade áspera em que vivem. Eles acreditam, até o último momento, que estão a um passo de realizar seus sonhos. Mas quanto mais acreditam, mais próximos estão de sua ruína.

Narrativa caótica

Um dos aspectos que torna Réquiem para um Sonho único é o estilo de escrita de Selby. Não é uma leitura fácil. A narrativa entrelaça vozes, diálogos e pensamentos, sem pontuações convencionais, o que pode ser desconcertante no começo. A falta de travessões ou aspas para marcar diálogos, somada à fusão de diferentes pontos de vista, cria uma leitura densa e desafiadora. Logo você percebe que essa confusão reflete a desordem mental dos personagens. Tudo é caótico, sufocante, e isso só intensifica a imersão no desespero deles. A escrita é como um fluxo contínuo que faz você se sentir tão perdido quanto os protagonistas.

Vício e declínio

Outro ponto de destaque é a forma brutalmente honesta com que o autor trata o vício. Selby vai direto ao ponto, mostrando a realidade crua da dependência, tanto química quanto emocional. Ele explora como o vício afeta as decisões e a própria personalidade dos personagens, empurrando-os cada vez mais para o fundo do poço. É um processo de degradação gradual, até que não restar mais nada além do desalento. 

Todas as trajetórias são trágicas, mas considero a de Sara a mais sensível, ela busca a felicidade em uma solução ilusória: emagrecer para caber em um vestido antigo e participar de um programa de TV. Sua dependência crescente em anfetaminas, prescritas por um médico irresponsável, é uma representação dolorosa de como a sociedade medicaliza o sofrimento humano sem considerar as consequências. Sara é vítima de suas próprias esperanças, iludida por uma promessa de felicidade que nunca se concretiza.

A ruína dos sonhos

O título Réquiem para um Sonho é uma metáfora perfeita para o que o livro representa: uma despedida dos sonhos destruídos. “Réquiem” significa missa para os mortos e o “sonho”, ao qual se refere, é o “sonho americano” (american dream) – essa ideia de que, com trabalho duro, qualquer um pode alcançar sucesso e felicidade. Selby nos mostra o oposto. Os personagens do livro são pessoas comuns, cheias de aspirações simples, mas que acabam esmagadas por um sistema que as trai.

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21maio

Avaliação: 5 de 5.

“Um novo terror nascido na morte, uma nova superstição
entrando na fortaleza inexpugnável da eternidade.”

Escrito em 1954, Eu Sou a Lenda, de Richard Matheson, é considerado um dos maiores clássicos do horror e da ficção científica. Uma obra com muitos lados e que desperta muitas reflexões sobre vida, morte, existência e sobrevivência.

Uma praga assola o mundo e transforma cada ser vivente em criaturas da noite sedentas por sangue. O ano é 1976, Robert Neville pode ser o último homem na Terra. Ao que parece ele é o último sobrevivente de uma pandemia devastadora que tirou a vida de todos nesse cenário pós-apocalíptico.

Qual a motivação para continuar existindo? Qual a razão para querer viver?

Assista ao conteúdo completo no YouTube: EU SOU A LENDA (Richard Matheson) 🩸: HORROR EXISTENCIAL e o MITO DO VAMPIRO

https://youtu.be/VbkjGnF9FiA

Para mais conteúdo e resenhas de livros: Redatora de M

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13abr

Terror psicológico para desgraçar a cabeça: Sombras do Passado (Resurrection), dirigido por Andrew Semans e disponível no Telecine.

Margaret (Rebecca Hall), vive uma rotina disciplinada e está no controle de sua vida. Equilibra perfeitamente a vida profissional e pessoal, a maternidade solo com sua filha Abbie (Grace Kaufman).

Porém esse cuidadoso equilíbrio desmorona quando Margaret avista um homem que parece conhecer e fica completamente atormentada. O homem em questão é David (Tim Roth), uma sombra de seu passado, alguém que desperta sensações tenebrosas às suas memórias e ela começa a vê-lo outras vezes em lugares diferentes. 

Margaret transmite ser confiante, disciplinada, gentil, atenciosa, inteligente, bem-sucedida. E realmente é. Essa é uma de suas camadas, a camada externa. Basta um estalo que essa camada pode ser removida como uma casca. 

O desenvolvimento da produção é bastante psicológico. Um filme incômodo e perturbador que vai incomodar e perturbar de formas diferentes sem pedir muita licença. 

Assista ao conteúdo completo no YouTube: SOMBRAS DO PASSADO (Resurrection) 🤯: o DESMORONAMENTO do CONTROLE e um paralelo com TOC

https://youtu.be/td-CU7IdbzQ

Para mais filmes e desgraçamento mental: Redatora de M

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