eu nunca tive medo do escuro
não me assustei com bicho papão
durmo com o pé pra fora da cama
não tenho medo de assombração
eu nunca tive medo de altura
tenho mania de encarar o espelho depois de apagar a luz
não tenho medo de cobra nem de barata
já entrei no cemitério sem fazer sinal da cruz
eu tenho medo de gente, de gente viva
mais especificamente
eu tenho medo de você
pois nada explica
esse frio na barriga
que eu sinto ao te ver
Não sou de comentar as coisas que leio, mas dessa vez não teve como. Esse seu estilo é muito único, Adriana. É ótimo dar de cara com textos originais como esse, em uma época que só parece ter cópias mal feitas de Bukowski ou umas paradas toscas de good vibes.