Categoria: Desgraçamento Mental ||| por Adriana Cecchi
Quem tá chegando? Oscar, próximo domingo, dia 28 de fevereiro. Ainda estou tentando maratonar todos os filmes indicados – porém impossível – mas resolvi fazer alguns comentários sobre os oito filmes indicados ao principal prêmio: melhor filme.
Coloquei os filmes na ordem da minha torcida, ok?
1- MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA
Como poderia eu não amar um filme com essa poeirada toda? Meu queridinho eterno! Ação louca e desenfreada, eu não poderia pedir outra coisa, um salve-salve a George Miller que agora não vai me deixar assistir filmes de ação com os mesmos olhos.
Escrevi sobre o filme na época do lançamento, veja aqui. Mad Max, dono do meu coração, espero que leve a estatueta de Melhor Filme e Miller tem minha torcida como Melhor Diretor também, porque né <3.
2 – O QUARTO DE JACK
Ô, gente, para tudo. Room é um filme lindo demais, tocante demais, encantador demais. Direção de Lenny Abrahamson (Frank – que gostei muito também) e um belíssimo roteiro adaptado. O que mais me encantou no filme foi a simplicidade dele, a linguagem que mostra mais do que fala, faz você sentir tudo o que é preciso para se colocar no lugar daquela mãe, e que mãe!, Brie Larson, vai que é tua de Melhor Atriz! E o pequeno Jack de 5 anos é um show à parte interpretado por Jacob Tremblay.
Difícil dizer muita coisa sobre a história sem dar spoiler, mas, basicamente, mãe e filho vivem dentro de um quarto e mantém uma relação de amor, confiança e resiliência. Vale cada minutinho da sua atenção, confia.
3 – O REGRESSO
Arrasador, lacrador, O Regresso é assim. Depois de assistir ao filme o meu pensamento sobre a produção/direção foi o seguinte: “e aí, galera, vamo fazer um filme pro DiCaprio ganhar o Oscar?” VAMO! Daí o Alejandro G. Iñárritu foi lá e fez. Todas as palmas em todos aspectos para esse filme, é isso que tenho pra dizer. Não é à toa que The Revenant foi indicado em, sei lá, DOZE categorias. Pessoal não tá pra brincadeira.
Leozito, chegou sua hora! Inclusive, eu sinceramente não tava aguentando o tanto de sofrimento dele nesse filme a começar por aquele URSO dosinferno. Porrada atrás de porrada em cima do lendário explorador Hugh Glass, o que nos lembra que o filme é baseado em um livro que, por sua vez, é baseado em eventos reais.
Gostaria de deixar registrado também que, se não fosse pelo Stallone em Creed, eu torceria para o Tom Hardy de Melhor Coadjuvante – que no filme ele tá mais pra Tom fucking Hardy de tão bom.
“LIVRAI-NOS DE TODO O MAL, AMÉM.”
E aí que eu fiquei sem palavras. Meu fascínio pelo filme e livro O Exorcista (veja resenha do livro no blog) agora vai ficar completo: a história real que inspirou o clássico será lançada em maio pela Darkside Books.
Um fenômeno quase paranormal atingiu o mundo em 1973. Multidões sofreram de náuseas, desmaios, alucinações e calafrios, numa histeria coletiva sem precedentes. Todos aparentemente possuídos por um filme: o já clássico O Exorcista, dirigido por William Friedkin e adaptado do romance que o roteirista Willian Peter Blatty lançara dois anos antes e que completa 45 anos em 2016.
Se a ficção consegue ser tão assustadora, imagine o poder contido na história real? Muitos não sabem, mas a obra-prima de W. Peter Blatty não se trata de uma invenção. Ela foi inspirada num fenômeno ainda mais sombrio, desses que a ciência não consegue explicar: um exorcismo de verdade.
A história real aconteceu em 1949, e você pode conhecê-la — se tiver coragem! — no livro Exorcismo, do jornalista Thomas B. Allen.
Para ler ouvindo: Cat Power; Metal Heart
No contador, 21 semanas.
Dia após dia, passou.
Passou como as marcas no corpo, o toque na pele, o suspiro no peito.
Semana após semana, passou.
Passou como a risada esquecida, a mensagem apagada, a palavra não dita.
Mês após mês, passou.
Passou como os momentos e beijos, as lembranças e carícias.
Passou como tudo passa. Ou como insistem em dizer que passa.
Memória ruim, por que agora lembra de tanto?
Em poucos instantes, músicas realizam o, até então, impossível teletransporte.
Coração, você não era de metal?
Agora, frágil feito papel. Não é capaz de negar mais.
Mãos dançaram no ar.
Olhares eu tento apagar.
Dia após dia, não passou nem vai passar.
No contador, 21 semanas.
Agora tanto faz.