Categoria: Desgraçamento Mental ||| por Adriana Cecchi
eu nunca tive medo do escuro
não me assustei com bicho papão
durmo com o pé pra fora da cama
não tenho medo de assombração
eu nunca tive medo de altura
tenho mania de encarar o espelho depois de apagar a luz
não tenho medo de cobra nem de barata
já entrei no cemitério sem fazer sinal da cruz
eu tenho medo de gente, de gente viva
mais especificamente
eu tenho medo de você
pois nada explica
esse frio na barriga
que eu sinto ao te ver
Uma escritora obcecada. Um agente do FBI com a carreira sob risco.
Um serial killer… morto.
Três personagens. Três narradores. Uma pergunta.
Difícil vai ser falar sobre esse livro que me surpreendeu tanto positivamente dentro de um assunto que, muitos já devem saber, gosto bastante: serial killers. Eu Vejo Kate entrou para os favoritos do ano!
Sinopse: Há um ano, Blessfield, uma pacata cidade do interior da Flórida, enterrou 12 mulheres vítimas do violento e cruel serial killer Nathan Bardel. Ele foi julgado, condenado e morto. Mas antes que as feridas da cidade pudessem cicatrizar, um novo assassino em série surgiu. Mais violento. Mais cruel. Usando o mesmo método que seu antecessor. E ele tem uma obsessão: elaKate é uma escritora imersa na produção da biografia do assassino em série Nathan Bardel. Enquanto ela mergulha de cabeça na sombria vida do serial killer, ele próprio passa a acompanhá-la vivenciando as experiências conturbadas de sua biógrafa. À medida que se aprofunda nos mistérios de Bardel, Kate desperta outro assassino. Ela não sabe, mas sua vida corre perigo.
Kate é uma jovem escritora, protagonista da história, que, acostumada a escrever outros tipos de narrativas, decide escrever a biografia de um serial killer.
O assassino em série é Nathan Bardel que já foi julgado por seus crimes e morto. Nascido na mesma cidade que Kate, ele desperta uma estranha obsessão na escritora, chegando a montar uma parede com recortes de jornais de todas as mulheres mortas por Nathan. Ela começa a estudar os casos, os métodos, as vítimas e a vida do assassino. Ela queria entendê-lo.
“Você tá chorando?”
A pergunta era retórica, Eliza cortava uma cebola.
E chorou. Largou a cebola, olhou a faca e chorou.
Chorou mais. Chorou como se fatiasse todas as cebolas do mundo.
Aos prantos, sentou-se no chão da cozinha e ajoelhada sabia que não era o ardor de cebola porra nenhuma.
Aquele nó apertado estava em sua garganta há mais tempo do que ela gostaria ou admitia.
Eliza sofria calada.
Os martírios dentro de si. As dúvidas. Os isolamentos. As pressões.
Tudo veio à tona.
Naqueles poucos segundos, pensou em sua vida. O que era dela e o que ainda seria.
Levantou-se com a faca e a cebola na mão enquanto enxugava os olhos na camiseta, suspirou e disse:
“Culpa dessa cebola maldita!”