Em um poema publicado postumamente, Charles Bukowski (1920-1994) escreveu que teria tido êxito na vida “se vocês lerem isso muito tempo depois de eu morrer”. E, olha só, aqui estamos.
O Velho Safado era um grande escritor e um grande poeta, entre livros de crônicas, memórias e romances de Charles Bukowski, eu sempre tive uma tendência maior a apreciar seus poemas. As Pessoas Parecem Flores Finalmente é o quinto (e último) volume póstumo do autor composto integralmente por poemas inéditos.
Sem muitas regras, as obras do velho Buk não demonstram demasiadas preocupações estruturais. Estilo livre, escrita imediatista e temas de caráter autobiográfico, como: prostitutas, sexo, alcoolismo, ressacas, corridas de cavalos, pessoas miseráveis e experiências escatológicas – um autor AME ou ODEIE, talvez. Eu amo e, volta e meia, sou surpreendida por ele.
Essa edição grandinha e gordinha (quase 300 páginas) é dividida em quatro partes introduzidas com alguns versos:
1- o coração ruge como um leão
diante do que nos fizeram
As composições da primeira parte versam sobre incidentes ocorridos antes de Bukowski começar a publicar mais prolificamente, na década de 1960. Destaque para os poemas: “pessoas como flores” (p. 25) e “o minuto” (p. 33 e foto abaixo).