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09set

Deitei, eram 22h10. Peguei o livro no criado-mudo, o marcador não estava nem perto da metade. Abro, página 81:

“Florence entrou na sala de jantar:
– Boa noite – disse (…)”

Boa noite.
As letras começam a se distanciar, as palavras perdem o sentido.
Leio a frase, mas que frase? Não existe mais pontuação.
Preciso cumprir toda a lista de tarefas do trabalho. Metas. Prazos.
Hum, que vontade de comer aquele mesmo doce que comi ontem no almoço.
Não posso esquecer de comprar o presente de aniversário da Fulana, é semana que vem.
Que merda, esqueci de dar parabéns pro Ciclano ontem, não acredito.
Preciso arrumar meu armário. O quarto está uma bagunça.
Será que tem comida no pote pra gata comer?
Acho que vou assistir aquele último filme de terror que baixei.
Nossa, ainda não terminei aquele quebra-cabeça gigante.
Que dia é hoje mesmo?
Tenho que pagar a fatura do cartão de crédito.
O tempo tá passando rápido demais.
Paro pra pensar nos últimos acontecimentos.
Lembrei do dia em que te conheci.
As falas, os risos, as músicas. Os filmes, as pessoas, os dias.
As viagens, os passos, as estradas. Os abraços, as mãos, os beijos.
Lembrei de tudo.
Por que isso agora?
A vida em um filme que passa inteirinho na minha mente.
Fecho os olhos.
Balanço a cabeça como se isso embaralhasse as lembranças.
É, eu preciso dormir.
Droga de sono que não vem.
Vou comer alguma coisa, um chocolate quente é uma boa.
Depois volto, leio mais um pouco e…

23h55
Olho no canto do livro, página 81.

Adriana Cecchi

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17ago

Olha, gente, não sei muita coisa sobre o móvel, mas era o que eu precisava hoje. Parece uma bolha de livros, você deita confortavelmente, esquece o mundo e lê o que quiser bem de boas.
Pelo que entendi não tem perigo de sair rolando feito idiota porque é fixo, além de ter sistema elétrico, ou seja, luzinhas aconchegantes pra ler no escuro.

Vi no Etsy porque eu fuço pouco e nem sei como caí nesse negócio.

Probleminha é que custa 9.500 dólares, mas mesmo assim adicionei nos meus produtos favoritos porque né, vai saber.

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