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28ago

“Quando a verdade de outra pessoa fecha com a sua,
e parece que aquilo foi escrito só pra você, é maravilhoso.”

Misto-Quente é o quarto romance de Charles Bukowski, publicado em 1982, sob o título original de Ham on Rye, é o romance de formação e com toques autobiográficos. Pode ser considerado o melhor livro para começar a ler Bukowski, já que nele somos apresentados à infância de Henry Chinaski, narrador da história e também alterego do autor.

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Fiz uma resenha de Misto-Quente em vídeo para o meu projeto pessoal Livros de Bukowski, veja:

Separei alguns trechos que mais me chamaram a atenção durante a leitura para compartilhar aqui no blog :)

TRECHOS E FRASES DE MISTO-QUENTE

“A primeira coisa de que me lembro é de estar debaixo de alguma coisa.” (p.11)

“Meu pai não gostava de gente. Não gostava de mim.
– As crianças foram feitas para serem olhadas e não ouvidas – ele me falou.” (p.18)

“– Ele só fica olhando. É tão quietinho.
– É assim que queremos que ele seja.
– As águas paradas são as que têm maior profundidade.
– Não nesse caso. A única profundidade que ele tem são os buracos dos ouvidos.” (p.24)

“Foi no jardim de infância que conheci as primeiras crianças da minha idade. Elas pareciam muito estranhas, sorriam e conversavam e pareciam felizes. Não gostei delas. Sempre me sentia enjoado e o ar tinha um aspecto estranhamente calmo e puro.” (p.30)

“– Você vai comer sua COMIDA! – disse meu pai – Sua mãe preparou essa comida! Você vai comer cada cenoura e cada ervilha em seu prato! (…) Comecei a comer. Era terrível. Sentia como se os estivesse comendo, comendo as coisas em que acreditavam, aquilo que eles eram.” (p. 45)

“Não sabia se estava infeliz. Sentia-me miserável demais para ser infeliz” (p.73)

“De nada ajudava a conhecer o castigo, tantas vezes já aplicado. Para o mundo inteiro lá fora era indiferente o que se passava aqui dentro, e pensar nisso também não me ajudava.” (p.76)

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