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07jun

O Demonologista

“Milhões de criaturas espirituais andam na Terra
Invisíveis, tanto quanto estamos acordados, como quando dormimos.”
– John Milton, livro Paraíso Perdido

A começar com uma epígrafe destas, eu já sabia o que esperar de O Demonologista. Um thriller cheio de suspense, boas referências e a sutileza sobre o mal poder estar em todos os lugares, em todos os momentos… Ei, cuidado aí atrás de você.

Vencedor do prêmio de Melhor Romance do International Thriller Writers Award (2014), O Demonologista foi o primeiro livro do autor Andrew Pyper a chegar ao Brasil e, para a nossa alegria, nas mãos da editora Darkside Books com uma belíssima edição de capa dura, marcador de fita, ilustrações de Gustave Doré (♥), páginas amareladas e posfácio sobre John Milton e sua principal obra Paraíso Perdido. Fiz um vídeo Folheando o Livro lá no Youtube com todos os detalhes.

Lombada e verso O Demonologista

Gustave Dore ilustrações de Paraíso Perdido

 

“Nós somos muitos. Mas você não vai encontrar ninguém.”

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06abr

A editora Darkside Books liberou uma entrevista com Andrew Pyper, autor de “O Demonologista“, e um material promocional maravilhoso para os leitores darks. Eu que já estava ansiosa para o lançamento, fiquei ainda mais.

“A maior astúcia do Diabo é nos convencer de que ele não existe”
Charles Baudelaire

O personagem principal que dá título ao best-seller é David Ullman, um professor de literatura especializado na figura literária do Diabo – principalmente no clássico de John Milton, Paraíso Perdido. Para ele, o Anjo Caído é apenas um ser mitológico. Depois de aceitar um convite para testemunhar um suposto fenômeno sobrenatural em Veneza, David começa a ter motivos pessoais para mudar de opinião.

Basta ler para crer. Confira na íntegra a entrevista exclusiva que o autor deu à Darkside Books:

O personagem principal, David Ullman, é um professor de literatura especializado no clássico de John Milton, Paraíso Perdido. Quão familiar você era com esse texto antes de começar a escrever O Demonologista? Como usou o poema para ajudá-lo a moldar a trama e os acontecimentos em seu romance?
Andrew Pyper. Eu tinha lido Paraíso Perdido como estudante na universidade, mas me lembrava pouco dele. Não, não é verdade: eu me recordava de poucos detalhes, mas carregava comigo os argumentos persuasivos e o dilema lastimável de seu discutível e ambíguo protagonista, Satã. Nos trechos em que ele é o narrador, achei o poema fascinante, quase perigoso em seu encanto. Mas quando o demônio não está presente, recordo-me de sentir que ele era um pouco difícil. Naquela época, eu teria concordado com a opinião do dr. Johnson, de que “ninguém o desejou mais longo”. Vinte anos depois, sou um romancista. (Também sou pai; isso ganha certa relevância em determinado momento.) Por vezes, estava refletindo sobre um caminho para criar um novo tipo de mitologia demoníaca em uma obra de ficção, uma sem padres, exorcismos, água benta escaldante ou as armadilhas costumeiras das histórias de “possessão”. Queria imaginar uma narrativa que fizesse os demônios parecerem bem fundamentados e reais – uma explicação plausível do por quê algumas pessoas, por algum tempo, agem de maneira irracional. Para alcançar isso, a relação entre os personagens humanos e demoníacos na história teria que ser ao mesmo tempo misteriosa e coerente, fantástica e crível. Foi ao desenvolver o que poderia ser utilizado como o fundamento para esse universo que me lembrei de Paraíso Perdido. De novo, não foi tanto o poema ou como eu pensava nele, mas um sentimento com o qual ele me deixou, a vitalidade de seu anti-herói, seu sofrimento, sua fúria velada e terrível solidão. Em resumo, ele foi um personagem que imaginei primeiro. Uma conexão emocional, e não um monstro.

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