Simbolismos obscuros, reflexões metafisicas, terror psicológico, suspense e ações alucinadas baseadas em obsessões de personagens. Encontramos isso nas obras do autor Edgar Allan Poe (♥) e encontramos isso também na série da Fox “Contos de Edgar“, lançada em 2013.
A grosso modo, a série conta com adaptações dos contos de Edgar Allan Poe em São Paulo. E, novidade, tem no Netflix!
O personagem Edgar da série, é um cara meio “ferrado” na vida (assim como o original também era), mora no subúrbio e trabalha numa empresa de dedetização chamada DDT Nunca Mais. Durante os serviços, juntamente com seu parceiro Fortunato, Edgar entra nas casas e presencia algumas coisas/sinais estranhos e fantasia as histórias de cada capítulo. Esse é o gancho.
Ao contrários dos contos de Edgar Allan Poe que são sempre narrados em primeira pessoa, na série a narração é feita pelo próprio Edgar e toda a sua visão/fantasia, achei extremamente interessante e deu um bom ritmo, fazendo conexão entre todos os cinco episódios.
Algumas sutilezas deixam os fãs do autor ainda mais contentes: a empresa de dedetização tem um nome bem peculiar “Nunca Mais”, alusão a “Nevermore” dito várias vezes no poema “O Corvo” – uma das maiores obras-primas de Poe; já que a série se passa em São Paulo não temos corvos, temos tradicionais pombos cinzentos; Fortunato, amigo de Edgar, é nome de um personagem de Poe no conto “O Barril de Amontilhado” e por aí vai. Pra mim que tenho uma gata chamada Annabel Lee (do poema Annabel Lee) é uma grande alegria.
Ainda não conhece a obra de Poe? Ta aí uma boa oportunidade para começar e entrar no clima!
Episódios
1. Berê (inspirado em Berenice)
2. Priscila (inspirado em Metzengerstein)
3. Íris (inspirado em O coração denunciador)
4. Cecília (inspirado em A Máscara da Morte Rubra)
5. Lenora (inspirado em O Gato Preto e O Barril de Amontillado)
Série: Contos do Edgar
Direção: Pedro Morelli
Produção: Fernando Meirelles
O2 Filmes e FOX Brasil
Duração: 5 episódios, 25 minutos cada
Sinopse: Edgar é um homem de 39 anos. Sua vida mudou para pior após o bar em que trabalhava ser fechado pela prefeitura e sua esposa Lenora desaparecer. Um dos seus amigos de infância, Fortunato, dono da dedetizadora “DDT Nunca Mais” aparece para ajudá-lo, dando-lhe um trabalho e deixando que durma no escritório. A relação entre os dois é cheia de conflitos. Edgar tem certeza que Fortunato está envolvido no desaparecimento de sua esposa e planeja se vigar. Por isso aceita a ajuda do “amigo”. Fortunato, por outro lado, não tem ideia dos planos sinistros de Edgar, que são revelados apenas a um pombo cinzento, em referência à mais aclamada obra de Poe, O Corvo (The Raven) e que simboliza, para Edgar, a morte da sua esposa. Via.