

Todo dia é um bom dia para intensificar uma obsessão, ainda mais se essa obsessão for por uma cineasta como Rose Glass.
Nascida em 1990, Rose Glass começou a se interessar por cinema ainda jovem, com gravações caseiras. Desenvolveu seu estilo visual e narrativo ao longo de uma década dirigindo clipes musicais e curtas-metragens. Seu trabalho é caracterizado pela condução do horror que se aprofunda em temas como solidão, compulsão, desejo, repressão, identidade e transformação.
Santa Maud (Saint Maud; 2019) foi paixão à primeira (e segunda, e terceira, e…) assistida. Fiquei atônita com a jornada de uma mulher em direção ao seu próprio apocalipse, cuja busca – desesperada – por redenção se converte em uma espiral de autodestruição. Na época, minha adoração à produção rendeu um vídeo (emocionado) no youtube, que eu jamais daria play novamente. Uma revisita recente ao filme desencadeou uma vontade imensa de saborear e enaltecer o trabalho dessa mulher. Aqui estou.
CURTAS
Moths (2010)
Ficção | 11 min
🔗 Onde assistir: Vimeo
O curta é um projeto de faculdade realizado na London College of Communication. Moths revela o “convívio” entre um homem e uma mulher – a relação acontece entre paredes, mais especificamente, por meio de um pequeno buraco na parede que divide seus apartamentos. Ambos mantêm a dinâmica voyeurística de fazer algo para que o outro possa espiar, as rotinas performáticas os aproximam, mas a barreira de tijolos continua no mesmo lugar. Fetiche, desejo, expectativa, insegurança e simbolismo, uma estreia bastante interessante.
Storm House (2011)
Ficção | 14 min
🔗 Onde assistir: Vimeo
Vivendo em isolamento absoluto, um jovem casal se comunica apenas por gestos e impulsos físicos, deixando que tais emoções e necessidades se expressem sem qualquer filtro. Nada é reprimido, ora se agridem violentamente, ora se acariciam, ora apenas se observam… Há uma constante entre o absurdo e a exposição da fragilidade de uma conexão sem comunicação.
The Silken Strand (2013)
Ficção | 17 min
🔗 Trailer no Vimeo
O curta foi realizado pela National Film and Television School. The Silken Strand, numa tradução literal “fio de seda”, traz um casal cujo relacionamento gira em torno de uma obsessão por cabelos.
Room 55 (2014)
Ficção | 22 min
🔗 Onde assistir: Vimeo
Ambientado nos anos 1950, Room 55 acompanha a jornada de Alice Lawson (Charlotte Weston) – esposa, mãe e famosa apresentadora de programas de receitas –, uma mulher rigorosamente autodisciplinada que decide passar uma noite não planejada sozinha no charmoso Clove Hotel. Com humor, erotismo e excelente produção, Rose Glass usa elementos de BDSM para abordar repressão, libertação e identidade.