A — Oi.
B — Oi.
A — O que você tá fazendo aqui?
B — Não sei…
A — Você tem que saber. Deveria saber.
B — …
A — O que você quer?
B — Você.
A — Agora? E você acha que é assim?
B — Não, eu não acho. Eu nem sei o que eu acho, eu sei lá.
A — Você me confunde demais, sério.
B — E eu me confundo também.
A — Você não sabe o que quer.
B — Eu, eu…
A — Aliás, você sabe sim, você sabe o que não quer. E só.
B — Talvez.
A — Não é o que você queria.
B — Não sei se concordo.
A — Se fosse, você não estaria aqui agora.
B — Eu sei disso.
A — Você não estaria aqui nem gostaria de estar.
B — Eu não sei o que dizer.
A — Nem eu. Muito menos eu.
B — Ando pensando demais… Eu ando sentindo coisas demais.
A — Aonde você quer chegar?
B — Não deveria ser tão difícil assim.
A — Pra mim sempre foi difícil, mas não, acho que não deveria ser assim mesmo.
B — Você quer que eu suma?
A — Não. É claro que não!
B — Que bom porque eu também não quero sumir.
A — Não some, eu não sumo, não tem porquê sumir.
B — É… Eu acho que vou embora agora. Preciso descansar, espairecer…
A — Eu também, bastante.
B — Se cuida, tá?
A — Pode deixar e, ei… Se cuida também.
B — A gente se fala.
A — Tá bom!
Beijos
A — Tchau.
B — Tchau…
Adriana Cecchi
“A — Aonde você quer chegar?”
Aiai, essa pergunta… Pq precisamos querer chegar em algum lugar? Pq não podemos simplesmente querer ficar parados onde estamos, como estamos?
Não importa aonde vamos chegar, como vamos e com quem.
Importante é VC ESTAR FELIZ!!! ;)
Quase um texto do Luis Fernando Verissimo, mas com um final meio Drummond, caído… (digo, no sentido de não ter uma surpresa bem boa, alegre, ou algo do tipo, mas ser algo bem prosaico, simples)