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18nov

A — Oi.

B — Oi.

A — O que você tá fazendo aqui?

B — Não sei…

A — Você tem que saber. Deveria saber.

B — …

A — O que você quer?

B — Você.

A — Agora? E você acha que é assim?

B — Não, eu não acho. Eu nem sei o que eu acho, eu sei lá.

A — Você me confunde demais, sério.

B — E eu me confundo também.

A — Você não sabe o que quer.

B — Eu, eu…

A — Aliás, você sabe sim, você sabe o que não quer. E só.

B — Talvez.

A — Não é o que você queria.

B — Não sei se concordo.

A — Se fosse, você não estaria aqui agora.

B — Eu sei disso.

A — Você não estaria aqui nem gostaria de estar.

B — Eu não sei o que dizer.

A — Nem eu. Muito menos eu.

B — Ando pensando demais… Eu ando sentindo coisas demais.

A — Aonde você quer chegar?

B — Não deveria ser tão difícil assim.

A — Pra mim sempre foi difícil, mas não, acho que não deveria ser assim mesmo.

B — Você quer que eu suma?

A — Não. É claro que não!

B — Que bom porque eu também não quero sumir.

A — Não some, eu não sumo, não tem porquê sumir.

B — É… Eu acho que vou embora agora. Preciso descansar, espairecer…

A — Eu também, bastante.

B — Se cuida, tá?

A — Pode deixar e, ei… Se cuida também.

B — A gente se fala.

A — Tá bom!

Beijos

A — Tchau.

B — Tchau…

Adriana Cecchi

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07nov

Fechei os olhos e me vi ao seu lado.
Estávamos deitados na sua cama, despretensiosamente, assistindo TV.
Você mexia nos meu cabelos e eu, com a cabeça no seu ombro, alisava o seu peito enquanto contava como tinha sido o meu dia.
Você ouvia e contava o seu também.
E eu ouvia.
Nossos pés juntos. Nossas pernas cruzadas.
Nossas mãos dadas. Nossos dedos entrelaçados.
Éramos um. Somente um nós éramos.
Eu ria das bobagens que você falava e das piadas com nome de outras pessoas que você fazia.
Você ria de como eu ria. Descia levemente o dedo no meu nariz só pra eu ficar com sono e você achar graça.
Adormeci no seu colo, você me cobriu com aquela mesma coberta de sempre e eu despertei.
Você levantou o meu rosto e me olhou nos olhos.
Falou coisas lindas, cantou um trecho de uma música e disse saber sobre certas coisas serem para sempre.
Eu podia enxergar através dos seus olhos castanhos tão bonitos, podia enxergar toda a sua sinceridade. Eu podia te ver por dentro, eu podia me ver através dos seus olhos.
Eu sorri e você sorriu.
Você se aproximou e me deu um longo beijo na testa.

E eu acordei.
Acordei como há tempos não acordava.
Eu fechei os olhos e não te vi mais.
Por trás da dor, eu desejei estar lá mais uma vez.
Fechei os olhos de novo e senti uma lágrima cruzar o meu rosto e cair sobre o travesseiro.
Uma após a outra.
Eu desejei estar lá, mesmo sabendo que esse sonho eu não podia mais sonhar.

Adriana Cecchi

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13set

Era um tempo
Àquelas rosas azuis
Céu cor de rosa
O cheiro do vento
Suas cartas cantadas
E seus sorrisos falados
Os minutos fizeram-se eternos
Ah, tudo tem seu tempo
Agora você me pede pra ficar
Seus olhos me pedem para esperar
Aonde tudo isso vai dar?
Eu já decidi, vou esperar
De um jeito ou de outro
Porque eu sei que é assim
Tanto pra você quanto pra mim
Mas eu também peço
Que não se demore muito
Afinal, a gente não sabe ao certo
Quanto tempo ainda tem

Adriana Cecchi

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