Sobre | Projetos | Contato




27mar

Diana come maquiagem e fica com as bochechas coradas,

enquanto todos olham seu salto 15 e suas olheiras marcadas.

Diana não adormece.

Seu sonhos são sempre arregalados como seus olhos pretos,

enquanto vozes lhe incentivam a pensar em coisas más.

Diana tem sede.

Suas pernas finas estão formigando desde os tornozelos até o final das coxas,

enquanto os homens, sem dó, vigiam de longe o colo de suas pérolas aniquiladas.

Diana não compreende.

Levantar seria o fim, o veludo vermelho chama a atenção.

Diana sofre náuseas.

Moribunda e brilhante,

enquanto os garçons de asas pretas servem copos de prata com líquidos ensandecidos.

Diana fica calada.

Um grito rouco assusta os velhos que estão na mesa ao lado.

Diana procura pelo som.

Um ranger de dentes brancos define o caos de uma vida perturbada.

Diana agora dorme profunda e, definitivamente,

empoçada.

Adriana Cecchi

Compartilhe:

Meu coração tá dolorido Tá moído, dividido Meu coração tá esquecido Meu coração não pulsa, não pula Não ri nem chora Meu coração não vai, não volta Não fica nem implora. Meu coração tá parado Tá isolado, desamparado Meu coração tá ensanguentado – De que coração você está falando? – Do meu, ué. – E […]

Esta chuva de gelo Esta chuva de arrepios Há três quadras e meias daqui Um apartamento Quase vazio Um corpo no tapete vermelho Sangue na escuridão Marcado com as pegadas Do vento Quase sombrio De quem é este corpo Apodrecendo afinal Sorte estar há 5 centímetros De uma faca que corta Na medida exata Adriana […]