Sobre | Projetos | Contato




16out

Publicado originalmente em 1986 — sob o título original You Get So Alone at Times That it Just Makes Sense — neste livro, temos mais de 140 poemas em 307 páginas de angústias existenciais do velho safado.

Lançado em 2018 pela L&PM, Você Fica Tão Sozinho às Vezes que Até Faz Sentido até hoje era inédito no Brasil. Cru, brutal e honesto, poetas desnudam-se. Charles Bukowski traz toda a sua misantropia, suas reflexões sobre o fim; reflexões sobre mulheres, bebidas, jogos, trabalhos e gatos. Um livro capaz de nos fazer rir, chorar, dar esperança e aumentar o desdém pela humanidade.

Como de costume, Separei alguns trechos que mais me chamaram a atenção durante a leitura para compartilhar aqui no blog :)

TRECHOS E FRASES DE
Você Fica Tão Sozinho às Vezes que Até Faz Sentido

“(…) nós saberemos mais do que nunca, há um lugar no coração que nunca será preenchido” (não tem remédio pra isso; p.26)

“ela gosta disso e eu também gosto porque para tornar uma coisa verdadeira tudo que você precisa fazer é acreditar” (centro de L.A.; p.32)

“agora acendendo novos cigarros servido mais bebidas, foi uma belíssima luta, ainda é.” (encurralado; p.42)

“e agora quando estamos prontos para nos autodestruir resta muito pouco para matar. o que torna a tragédia menor e maior bem bem maior.” (escuridão; p.46)

“e não há nada que ponha uma pessoa mais em contato com as realidades do que uma jornada de trabalho de 8 horas.” (cupins da página; p.48)

“(…) ela bateu a porta e se foi. eu olhei a porta fechada e a maçaneta e estranhamente não me senti sozinho.” (fissura; p.69)

“(…) ou eles estão certos e eu errado ou então estou certo e eles todos estão errados ou talvez seja algo no meio disso. a maioria das pessoas no mundo não dá a mínima e com frequência sinto a mesma coisa.” (para os meus amigos da ivy league; p.88)

“para eles eu era o monstro do bar, eles precisavam de mim para que se sentissem melhor. assim como eu, às vezes, precisava daquele cemitério.” (meu truque do desaparecimento; p.98)

“o inferno de cada homem fica num lugar diferente: o meu é logo acima e atrás do meu rosto arruinado.” (vamos fazer um acordo; p.100)

“vou descer os degraus agora, que visão: um homem vazio cuidando para não tropeçar e rachar sua cabeça vazia.” (zero; p.103)

“agora algo tão triste nos domina que a respiração escapa e não conseguimos nem mesmo chorar.” (putrefação; p.104)

“eu levei um longo tempo para encontrar a pessoa mais interessante com quem beber: eu mesmo.” (a última dose; p.111)

“quando dirijo pelas autoestradas eu vejo a alma da humanidade da minha cidade e ela é feia, feia, feia: os vivos sufocaram o coração de vez.” (dirigindo no inferno; p.121)

“para os leitores ora deprimidos pela crença de que sou um homem contente – por favor queiram se alegrar: a aflição às vezes muda de forma mas nunca termina para ninguém.” (aos interessados; p.122)

“então me sentei na cadeira junto à janela sugando a garrafa, pensando, bem, cheguei até aqui e já é bastante.” (juntos; p.127)

“parece que a coisa mais sensata que uma pessoa pode fazer é sentar com bebida na mão enquanto as paredes acenam seus sorrisos de adeus.” (o melhor da raça; p.130)

“o preço da criação nunca é alto demais. o preço de viver com outras pessoas sempre é.” (história final; p.136)

“às vezes tudo que precisamos para poder continuar sozinhos são os mortos chocalhando as paredes que nos encerram.” (amigos em meio à escuridão; p.138)

“a escrita de certos homens é como uma ponte vasta que nos leva por cima das muitas coisas que arranham e dilaceram.” (o vinho da eternidade; p.148)

“ela não era muito interessante, mas poucas pessoas são.” (Emily Bukowski; p.152)

“não quero ser sequer o maior escritor morto do mundo. só estar morto já seria bastante justo.” (algumas sugestões; p.154)

“às vezes é difícil saber o que fazer.” (tempos difíceis; p.162)

“claro, eu tinha perdido bastante sangue; talvez fosse um jeito diferente de morrer, mas eu ainda tinha o suficiente para refletir sobre a ausência de medo.” (aposta arriscada; p.165)

“e lhes desejo sorte na cama e fora dela. mas não na minha. muito obrigado.” (não sou misógino; p.184)

“enquanto existirem seres humanos por aí, nunca existirá nenhuma paz para nenhum indivíduo nesta terra (ou em qualquer outro lugar para onde eventualmente alguém possa escapar).” (implacável como a tarântula; p.193)

“ele deveria ter sido meu pai, e eu gostava muitíssimo do que ele dizia o tempo todo “Nada vale a pena”.” (meu amigão; p.222)

“alguns querem que eu continue a escrever sobre putas e vômito. outros dizem que esse tipo de coisa os enoja.” (obrigado; p.226)

“me coloquem numa sala com mais do que 3 pessoas, eu tendo a me comportar de um jeito bem esquisito.” (a maldição mágica; p.228)

“o mundo é melhor sem eles. só as plantas e os animais são verdadeiramente camaradas.” (a festa acabou; p.230)

“as coisas começam a perder seu valor natural quando vão se aproximando da empreitada humana.” (um gato é um gato é um gato é um gato; p.234)

“há certamente uma grande quantidade de pessoas solitárias sem muito o que fazer com suas noites.” (seguidores; p.254)

“os beijos não eram nem bons nem ruins tampouco interessantes ou desinteressantes.” (um encontro trágico; p.256)

“estar bêbado diante desta máquina é melhor do que estar com qualquer mulher que jamais vi ou conheci.” (isto; p.274)

“eu te amo, mas não sei o que fazer.” (um dia vou escrever uma cartilha para santos aleijados mas enquanto isso…; p.282)

“o mais importante é você saber caminhar através do fogo.” (como está o seu coração?; p.299)

Título: Você Fica Tão Sozinho às Vezes que Até Faz Sentido
Título original:
You Get So Alone at Times That it Just Makes Sense
Autor: Charles Bukowski
Tradutor: Rodrigo Breunig
Editora: L&PM
Número de páginas: 307
Gênero: Poesia americana

Comprar o livro
Amazon

Compartilhe:

“Às vezes, tudo o que você precisa é permissão para sentir.” O que significa a solidão? Como vivemos sem estar envolvidos intimamente com outro ser humano? Como nos conectamos a outras pessoas? A tecnologia nos aproxima ou nos aprisiona atrás de telas? Quando se mudou para Nova York, aos trinta e tantos anos, Olivia Laing […]

“As relações humanas simplesmentenão são duráveis.” O Amor É Um Cão Dos Diabos, de Charles Bukowski, publicado em 1977, sob o título original de Love Is a Dog from Hell, é um dos livros de poesia mais conhecidos do autor. Como a prosa, cada poema de Charles Bukowski corta como aço de navalha. Ele expõe as vísceras […]