18nov
A — Oi.
B — Oi.
A — O que você tá fazendo aqui?
B — Não sei…
A — Você tem que saber. Deveria saber.
B — …
A — O que você quer?
B — Você.
A — Agora? E você acha que é assim?
B — Não, eu não acho. Eu nem sei o que eu acho, eu sei lá.
A — Você me confunde demais, sério.
B — E eu me confundo também.
A — Você não sabe o que quer.
B — Eu, eu…
A — Aliás, você sabe sim, você sabe o que não quer. E só.
B — Talvez.
A — Não é o que você queria.
B — Não sei se concordo.
A — Se fosse, você não estaria aqui agora.
B — Eu sei disso.
A — Você não estaria aqui nem gostaria de estar.
B — Eu não sei o que dizer.
A — Nem eu. Muito menos eu.
B — Ando pensando demais… Eu ando sentindo coisas demais.
A — Aonde você quer chegar?
B — Não deveria ser tão difícil assim.
A — Pra mim sempre foi difícil, mas não, acho que não deveria ser assim mesmo.
B — Você quer que eu suma?
A — Não. É claro que não!
B — Que bom porque eu também não quero sumir.
A — Não some, eu não sumo, não tem porquê sumir.
B — É… Eu acho que vou embora agora. Preciso descansar, espairecer…
A — Eu também, bastante.
B — Se cuida, tá?
A — Pode deixar e, ei… Se cuida também.
B — A gente se fala.
A — Tá bom!
Beijos
A — Tchau.
B — Tchau…
Adriana Cecchi