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27mar

Diana come maquiagem e fica com as bochechas coradas,

enquanto todos olham seu salto 15 e suas olheiras marcadas.

Diana não adormece.

Seu sonhos são sempre arregalados como seus olhos pretos,

enquanto vozes lhe incentivam a pensar em coisas más.

Diana tem sede.

Suas pernas finas estão formigando desde os tornozelos até o final das coxas,

enquanto os homens, sem dó, vigiam de longe o colo de suas pérolas aniquiladas.

Diana não compreende.

Levantar seria o fim, o veludo vermelho chama a atenção.

Diana sofre náuseas.

Moribunda e brilhante,

enquanto os garçons de asas pretas servem copos de prata com líquidos ensandecidos.

Diana fica calada.

Um grito rouco assusta os velhos que estão na mesa ao lado.

Diana procura pelo som.

Um ranger de dentes brancos define o caos de uma vida perturbada.

Diana agora dorme profunda e, definitivamente,

empoçada.

Adriana Cecchi

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